quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Infeliz, amor.

Perda. Palvra forte, com um timbre que traz arrepios ao meu corpo. É verdade, dói muito saber que te perdi. Que não te encontrarei batendo na porta, todas as noites. Que, no lugar dos seus dedos entrelaçados com os meus, encontrei apenas a sua ausência. É extremamente árduo, saber que aquele brilho em meu olhar, se fora, carregado por ti. É inaceitável, saber que o meu coração dará as suas batidas, sem o seu peito para aconchegá-lo. Não suporto, ter que conviver com essa saudade esmagadora, que faz de mim, prisioneira de suas lágrimas. Chega. Literalmente, estou cansada. Sim, não me procure. Não me ligue. Não me chame mais com aquela voz suave, que me transmitia delírios, ao dizer: eu te amo!. Não invente maneiras de me encontrar perambulando pelas ruas ou esquinas. Não busque em outros abraços, o meu calor. Não procure em outros beijos, os meus lábios. Afinal, você não encontrará. Não perca o seu tempo, vagando por outros corações, para ouvir as batidas do meu.

- Queria poder, realmente, te desejar tudo isso, enquanto, infelizmente, sou [eu] quem sinto. Queria poder emitir todas essas frases. Mas, a minha voz some, o meu timbre estremece, o meu corpo padece e, tudo em mim, se torna trasparente ao seu lado.


Realmente, como eu odeio, [te amar], tanto assim.

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"Quando chegar o momento, esse meu sofrimento, vou cobrar com juros, juro. Todo esse amor reprimido, esse grito contido. [...] Você que inventou a tristeza, ora, tenha a fineza, de desinventar. Você vai pagar e é dobrado, cada lágrima rolada, nesse meu penar." (Chico Buarque).

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