domingo, 10 de abril de 2011

O silêncio falou mais alto.

"Eu já vi tudo, vi a escuridão, eu vi a luminosidade de uma pequena faísca. Eu vi o que escolhi ver, vi o que precisava, e isso basta. Querer mais, seria avidez."

De frente para o mar, eu podia sentir a vibração das ondas batendo e chegando bem perto dos meus pés, a ponto de quase molhá-los. É difícil contemplar essa beleza da natureza e não pensar em tudo que está acontecendo na minha vida, fazer uma reflexão completa de todos os acontecimentos. O sol já estava se pondo e neste momento a minha cor e o brilho dos raios que lutavam em permanecer ali, penetravam sobre as águas mostrando uma das paisagens mais perfeitas e espetaculares. E eu continuava ali, inerte, sem força e nem vontade para me levantar, para sequer mover as pernas. Meus pensamentos voavam para bem longe, para momentos inesquecíveis, momentos de difícil decisão, momentos confusos. Senti meu peito apertar, meu coração falar mais alto, deixando a emoção fluir, a lágrima rolar e nem ao menos saber o que fazer. Encontrava-me sozinha no meio daquela imensidão de areia e oceano. Senti-me pequena em meus pensamentos, perdida diante da imensidão que estava ali, parada na minha frente. No meio dessa turbulência de imagens, frases, palavras, cenas que me cercavam, duas mãos cobriram meus olhos e pela maciez do toque e da pele não tive dúvidas de que era você. Chegou como sempre, com a leveza da brisa, com a tranquilidade de uma ave pairando no ar, com o mesmo jeito, terno, calmo, educado e sensível. Me deu um beijo na cabeça e sentou ao meu lado, porém nada falamos. Sua perna e seu braço encostaram nos meus e ficamos olhando na mesma direção. Direção está que se fazia inexistente, ao contrário das dúvidas, caminhos opostos, opniões adversas, pensamentos diferenciados e um turbilhão de coisas que nem a gente sabia explicar. E continuamos ali, sem forças sequer de falar ou começar a expôr as opniões e os porquês. Sabíamos que não chegaríamos a conclusão nenhuma, pelo menos não naquele momento, naquela fase da vida, naquele instante. Instante esse, cruel para ambos, separação de planos e sonhos, de espera. O tempo foi passando e não saía nada das nossas bocas e tudo continuou na mesma. Foi aí que você decidiu se levantar e ir, e eu fiquei ali, sem fazer nada, apenas deixando você caminhar.

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